sábado, 17 de março de 2012

Perspectivas para a Mata Norte de Pernambuco

Quando abordamos o futuro do Município de Goiana, pretendemos incluir o desenvolvimento econômico da Zona da Mata Norte do Estado, pelos efeitos multiplicadores que os grandes investimentos já iniciados ali beneficiarão outros daquela região.
Nos seus primórdios, Goiana foi sede, duas vezes, da Capitania de Itamaracá, e durante anos era a segunda cidade mais importante de Pernambuco. A história do município está vinculada à cana-de-açúcar, às centenas de engenhos existentes e às lutas libertárias de que participou, como a batalha travada pelas heroínas de Tejucupapo (hoje, distrito municipal), em 1646, da Revolução Pernambucana de 1817, à Revolução Praieira, à Revolução de 1817, à Confederação do Equador. Um aspecto interessante é que a vila operária de Goiana é considerada a primeira a ser construída na América Latina.
Numa rápida apreciação, autores entendem que a origem mais provável do nome Goyanna deriva da palavra em tupi-guarani “Guyanna”, que significa “terra de muitas águas”. O topônimo do município surge, pela primeira vez, nos catálogos da Companhia de Jesus, em 1592, com o nome de aldeia “Gueena”. O historiador holandês, Adolf de Varnhagem, diverge, ao afirmar que a palavra equivale “à gente estimada”, oriunda, também, do tupi-guarani. Há outras opiniões que alongariam essas observações, sendo dispensáveis citá-las.
Queimando etapas, como o período colonial, o período imperial (d. Pedro II ali esteve, em 1859), a Abolição da Escravatura, há informações de que no período republicano circulou o primeiro ônibus no Brasil, da marca Panhard-Levassor, importado em 1900 pela Companhia de Transporte local.
Quanto à economia, a principal atividade do setor primário é a cana-de-açúcar, empregando a maioria da mão-de-obra. O setor secundário é importante desde o início do século XX. Instalaram-se em terras goianenses a Kablin, Nassau (a maior fabricante de cimento do Estado e segunda maior do País), Canaã, Itapessoca, Produtos Pérola, Usina Santa Tereza etc. Nas primeiras décadas de 1900, a indústria têxtil se destacava entre outras atividades fabris.
Nos anos mais recentes e agora estão curso grandes investimentos que deverão resultar na formação de um novo centro industrial diversificado, a exemplo da montadora Fiat, do Polo-Farmoquímico de Biotecnologia, de uma fábrica de hemoderivados e outras,cujo funcionamento mudará a economia de Goiana e dos municípios nas suas proximidades, além de estimular o turismo praieiro, que tem na praia de Ponta de Pedras a sua maior expressão. Dessa maneira, haverá uma redução na desigualdade econômica deste Estado entre a Zona da Mata-Norte e a Zona-da-Mata Sul, esta última que já se beneficia do Complexo de Suape. Essas são as novas perspectivas com o desenvolvimento econômico de Goiana que já se configura.

Folha – PE

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