quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Governo de Pernambuco planeja novos acessos para o litoral norte

 Rodovias terão pedágio, facilitarão a vida dos motoristas e darão nova vida econômica à região
Giovanni SandesUma nova rota rodoviária de acesso ao Litoral Norte, sem necessidade de passar pelo caótico trecho da BR-101 entre Abreu e Lima e Cruz de Rebouças, pode resgatar de vez a Ilha de Itamaracá e revolucionar a praia de Maria Farinha e do Janga, em Paulista. Com autorização do governo estadual, a Galvão Engenharia apresentará até abril os resultados de um estudo para um grande sistema viário hoje avaliado em R$ 600 milhões, que envolve duplicação e requalificação de rodovias, construção de novos trechos de pista e até três novas pontes. A administração do sistema seria como no acesso à Praia do Paiva, com uma empresa responsável pela concessão e pagamento de pedágio pelos motoristas.Recebo a notícia com uma surpresa agradável, diz o prefeito de Itamaracá, Rubens Catunda. Para ele, depois do intenso processo de degradação por que passou, a ilha começa receber projetos que vão integrá-la de vez à Região Metropolitana do Recife e ao Litoral Norte, que receberá megainvestimentos como a fábrica da Fiat, em Goiana.O novo acesso foi proposto como uma parceria público-privada (PPP), a segunda de um projeto rodoviário no Litoral Norte. A outra, com estudos bem mais adiantados, é o Arco Metropolitano, avaliado em R$ 1,6 bilhão. Ele prevê 100 quilômetros de vias novas e existentes ligando a BR-101 Norte, na altura de Itapissuma, à BR-101 Sul próximo a Fábrica da Caninha 51, em Suape.
Técnico da Secretaria de Governo (Segov), Alexandre da Maia ressalta que a nova PPP ainda está em fase preliminar. Uma das ideias é que o Arco e o acesso via Itamaracá se comuniquem, formando um sistema turístico e de cargas, afirma Alexandre.
Hoje, para se chegar a Itamaracá, vindo da região metropolitana, é preciso encarar a BR-101, estrangulada em Abreu e Lima e Cruz de Rebouças, até Igarassu.
A proposta inicial do acesso por Paulista e Itamaracá prevê duplicação da Avenida Carlos José Gueiros Leite a partir da Ponte do Janga até a PE-001 em Maria Farinha. De lá, uma ponte cruzaria o Rio Timbó, ligando Paulista a Cruz de Rebouças aproveitando parte da Estrada de Nova Cruz e um novo traçado que, com outra ponte, sobre o Canal de Santa Cruz, chegará à ilha.
O novo sistema inclui melhorias, em Itamaracá, na PE-001 e PE-035 (principal via da ilha), até o acesso atual por Itapissuma. O estudo apontará se a ligação com a BR-101 será a mesma ou se haverá uma nova via cortando Itapissuma até a BR, na altura da PE-041.
O estudo da Galvão Engenharia custará R$ 10,7 milhões. A construtora avalia formar consórcio com a Andrade Gutierrez. O estudo será entregue ao Estado, que pode ou não licitar o contrato de construção, manutenção e operação do sistema por 30 anos.
Crescimento planejado
O novo acesso viário ao Litoral Norte trará a oportunidade de um crescimento planejado, algo que não se viu no Complexo de Suape e no Litoral Sul, cujo os acessos demandaram e demandam obras urgentes de ampliação e melhora de rodovias.
A expectativa é que, junto da tão sonhada transferência dos presos de Itamaracá para um complexo prisional em Itaquitinga, o novo e milionário projeto viário faça renascer o turismo e o mercado imobiliário em Itamaracá, Maria Farinha e Janga.
Com certeza esse novo projeto traz grande valorização, tanto para Itamaracá quanto para Maria Farinha. A PE-001 em Maria Farinha vive congestionada. Com a duplicação, a coisa seria bem diferente. Se o novo sistema puder realmente evitar a BR-101 Norte entre Abreu e Lima e Cruz de Rebouças, por dentro de Itamaracá, o fluxo para o Litoral Norte ficará mais rápido e a mobilidade vai melhorar muito, afirma o vice-presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-PE), Félix Sá.
Para Félix, a manifestação de interesse feita por uma empresa privada, a Galvão Engenharia, mostra que o projeto é viável. É o mesmo que pensa o presidente da Associação dos Hoteleiros de Itamaracá (Ahita), Gustavo Calheiros.
Na ilha sobraram apenas 14 meios de hospedagem, sendo três hotéis e o resto pousadas e chalés. O turista precisa de acesso e agilidade. Mas há um funil na Ponte Presidente Vargas e em Itapissuma, que tem casas sem calçada, quase na rua. Quando engarrafa ali, engarrafa por 6 ou 7 quilômetros, reforça Gustavo.

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