quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Unidos da Tijuca ganha título com Luiz Gonzaga


Com um enredo em homenagem ao centenário de Luiz Gonzaga, a Unidos da Tijuca superou as favoritas e conquistou pela terceira vez o título do carnaval carioca. A agremiação do Morro do Borel, da zona norte do Rio, a que mais gastou esse ano - cerca de R$ 10 milhões -, somou 299,9 pontos e deixou para trás, pela ordem, Salgueiro, Vila Isabel, Beija-Flor, Grande Rio e Portela. As seis voltam à Sapucaí sábado, para o desfile das campeãs.
Os jurados foram implacáveis com a Renascer, estreante em 2012 no Grupo Especial, que demonstrou estar aquém da elite, e com a Porto da Pedra, do bizarro enredo do iogurte. Ambas foram rebaixadas para o Grupo de Acesso A. A São Clemente, que fez um desfile surpreendente sobre espetáculos musicais e acabou em 11º lugar, festejou como se fosse a campeã o fato de não ter caído.
A Unidos da Tijuca é uma das escolas mais tradicionais do Rio. Ganhou seu primeiro campeonato em 1936. Amargou um hiato de 74 anos sem título, até nova vitória em 2010, já sob a coordenação do carnavalesco Paulo Barros. Se seu enredo era tradicional - os desfiles biográficos já renderam campeonatos a escolas como Beija-Flor e Mangueira -, seu desenvolvimento, não.
Barros imaginou a coroação do “Rei Luiz do Sertão”, para a qual foram convidados Xuxa, Pelé, Roberto Carlos, a Rainha Elizabeth e outros “monarcas”. Todos embarcaram numa “viagem arretada” pelo Nordeste que consagrou Gonzagão. Os destaques foram os carros que representavam os bonecos de Mestre Vitalino, perfeito até no cheiro de barro, e o da “Asa Branca”, em que pássaros-humanos faziam um voo de movimentos perfeitos. Além da comissão de frente, cujos integrantes se transformavam em sanfonas.
O CARNAVALESCO
A Tijuca chegou quase desacreditada à avenida: tudo porque Barros é conhecido pelos enredos abstratos - foi campeão em 2010 com o desfile “É Segredo!”, arrebatador - e não teria ficado satisfeito em falar de Gonzagão, segundo se comentava nos bastidores da Cidade do Samba. Ontem, ele não acompanhou a apuração no sambódromo, mas era esperado na quadra da escola, onde 10 mil pessoas já se aglomeravam no final da tarde.
“Foi bom para o Paulo, porque ele é conhecido como o `carnavalesco `hi tech’, e mostrou que pode fazer qualquer coisa”, celebrou o presidente, Fernando Horta, fã de Gonzagão. “Eu sempre aceitei o que ele quis, agora ele teve que fazer o que eu queria”. Ele foi parabenizado por Eduardo Campos, governador de Pernambuco, estado do homenageado, assim que saiu o resultado. Segundo Horta, o governo não patrocinou a Tijuca, mas ajudou na captação de recursos com empresas locais, o que cobriu quase metade dos custos com o desfile.

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